Manejo de Capivaras

Itatiba, 21 de março de 2.019.

Assunto: Capivaras

Prezado Associado,

Como anteriormente noticiado, em janeiro de 2.018, a Associação dos Moradores do Villaggio Paradiso (AMVP) contratou a empresa Manejo de Fauna”, especializada em gestão ambiental de fauna silvestre, para nos assessorar na obtenção das licenças necessárias para a realização do manejo das capivaras existentes em nosso meio ambiente, a fim de evitar futuros problemas à saúde pública.

De início, gostaríamos de salientar que a capivara é um animal silvestre, e como tal, é protegida por Lei Ambiental Federal. Portanto, a caça, a captura ou o manejo desta espécie, sem autorização do DEFAU (Departamento de Fauna – Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo), é considerado crime ambiental. Por esta razão, houve a referida contratação para realizar o processo de solicitação de autorização para manejo das capivaras.

A primeira etapa desse processo foi a realização de um censo populacional das capivaras, seguido de um levantamento acarológico dos carrapatos em parceria com a SUCEN (Superintendência de Controle de Endemias – Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo). Ambas as etapas já foram concluídas e o próximo passo é a solicitação do pedido de autorização para manejo das capivaras.

Para que pudéssemos prosseguir com a realização do manejo de capivaras, era necessário que conseguíssemos acostumar os animais com o oferecimento de alimentos adequados à espécie, a fim de fazer um confinamento provisório das mesmas, com a construção de pequeno cercado, para só depois, entrar com o pedido de realização dos procedimentos de sorologia e demais fases do manejo.

Ocorre que, todos os esforços nesse sentido realizados ao longo de 2018 foram infrutíferos, pois constatou-se que a espécie de capivaras que está habitando o Residencial é muito arisca e, devido à grande oferta de comida que elas encontram nas nossas matas, não foi possível confiná-las temporariamente, pois não estavam se agrupando no local indicado pela empresa contratada depois da realização dos estudos preliminares de localização das mesmas, a saber, próximo à área do prédio destinado ao pessoal da nossa manutenção e a Rua Salerno.

Além disso, notamos que as capivaras mudaram o local de aglomeração para a mata que vai da portaria de serviços até as imediações da Rua Udine. Com essa mudança de localização, a empresa contratada reformulou a orientação de como tratar esse caso, e se propôs a fazer novo estudo para confirmar essa informação.

Nessa semana, recebemos de nosso prestador contratado a confirmação da mudança de local de aglomeração das capivaras. Sendo assim, a nova orientação é a de cercarmos o perímetro de mata onde há a concentração das capivaras com alambrado, por se tratar de uma área grande onde as capivaras podem facilmente encontrar alimento natural e água, isolando-as das residências. Todavia, tal procedimento de fechamento da área com alambrado depende de autorização da Prefeitura do Município de Itatiba.

Sendo assim, a AMVP entrou em 19.03.2019 com o processo administrativo junto à municipalidade de Itatiba, a fim de obter parecer favorável à instalação de alambrados isolando a área de proteção ambiental que vai do pequeno lago próximo à portaria de serviços até as imediações da Rua Udine, conforme figura abaixo. A área que deverá ser cercada com alambrado está sinalizada com a cor vermelha. A cor azul refere-se à área onde está instalada a cerca eletrificada de 20 fios.

O objetivo é evitar acidentes envolvendo os animais nas ruas do Residencial, além de propiciar a adequada estrutura para a realização da sorologia das capivaras.

Após a obtenção de autorização da municipalidade para o fechamento da área, e a efetiva realização deste, para o qual já temos orçamentos levantados, a empresa contratada prosseguirá com a solicitação junto aos órgãos ambientais competentes para coleta de sangue para sorologia, processo que deverá demorar de 3 a 4 meses em média. E, enquanto isso, teremos a segurança de que as capivaras estarão em área fechada, minimizando os transtornos com invasão de terrenos e quintais de moradores.

Constatada a presença do vírus da Febre Maculosa, os animais poderão sofrer o processo de eutanásia. Caso contrário, seguiremos para a fase de esterilização (castração) dos mesmos. Tudo isso, lembrando, apenas poderá ser realizado se conseguirmos obter as devidas autorizações dos órgãos competentes.

Enquanto aguardamos a possibilidade de realização dos procedimentos até agora explicados, é muito importante que os associados sigam rigorosamente as orientações explicadas em nossa assembleia geral de 07.04.2018, pelo Sr. Gonzalo, representante da empresa contratada, para proteção individual. São elas:

  • Nas áreas verdes, onde há a presença de capivaras:
  1. Evitar caminhar, sentar ou deitar em áreas propensas de infestação por carrapatos;
  2. Cobrir o corpo com roupas longas e claras, mantendo a calça dentro das meias;
  3. Vistoriar o corpo minuciosamente, a cada 2 ou 3 horas em busca de sinais de picada de carrapatos;
  4. Verificar a possível presença da forma imatura do carrapato (micuim), pois o tamanho bastante reduzido é de difícil visualização.
  • Recomendações para carrapatos fixados à pele:
  1. Tomar banho quente utilizando bucha vegetal, sempre que possível;
  2. Fazer uso de uma pinça, quando possível, procurando remover os carrapatos ou micuins com pequenas torções;
  3. Para evitar provável contaminação, não espremer o carrapato com as unhas;
  4. Na tentativa de removê-los, não encostar objetos aquecidos como: fósforo, cigarro ou agulhas;
  5. Procurar o serviço médico caso tenha algum dos sintomas (febre alta, dor de cabeça, pode aparecer pontinhos avermelhados na palma das mãos e sola dos pés, dores no corpo, costas e barriga da perna) e lembrar aos profissionais de saúde (auxiliar, enfermeiro ou médico) que foi parasitado por carrapato, o que pode facilitar o rápido diagnóstico para FMB;
  6. Não há estudos que demonstrem a efetividade do uso de repelentes para carrapatos;
  7. Estar sempre atento ao adentrar áreas de mata.
  • Atendimento Médico:
  1. Procurar atendimento médico (Pronto Socorro, Unidade Básica de Saúde, médico particular ou outro atendimento médico) se apresentar sintomas como: febre associada à cefaleia intensa, mialgia, artralgia, astenia, inapetência, dor abdominal, náusea, vômito e exantema, no período de 2 a 15 dias após ter frequentado área de mata, coleção hídrica, área de pastagens e contato com animais ou ter encontrado sinais de picada no corpo;
  2. Relatar ao profissional de saúde (auxiliar enfermagem, enfermeiro ou médico), que foi parasitado (picado) por carrapatos. Esta informação pode facilitar o rápido diagnóstico para a doença, inclusive a utilização de medicação adequada enquanto aguarda-se o resultado do Instituto Adolfo Lutz.

 

Atenciosamente,

 

Diretoria da Associação dos Moradores do Villaggio Paradiso